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Tô Na Área!

Tô na Área: Quatro vezes campeã brasileira de Taekwondo, Bárbara Akemi se reinventou com a chegada da pandemia e hoje faz bonito nas mesas

Jogadora ainda é formada em nutrição, mas paixão pelo poker falou mais alto

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A chegada de uma pandemia global é o suficiente para proporcionar as mais diversas alterações no rumo das coisas em toda a sociedade. Com todos sendo obrigados a adotar uma nova realidade, inúmeras pessoas tiveram que adaptar sua antiga rotina para conseguir ar por tempos tão difíceis como o atual. Mas, algumas vezes, esse choque de realidade pode nos colocar em caminhos que nem imaginávamos, tornando possível encontrar um lado positivo em toda situação. Esse foi o caso da paranaense Bárbara Akemi, convidada do Tô na Área dessa semana.

Natural de Londrina, Bárbara desde pequena teve uma vida ligada aos esportes. Com 7 anos, ainda criança, ela começou a praticar Taekwondo, uma arte marcial que exige bastante disciplina e dedicação. Com o decorrer do tempo, a paranaense ou a disputar algumas competições de alto nível e se atrelou ainda mais a esse mundo, ganhando uma característica competitiva em sua personalidade, que mantém até os dias de hoje.

Sua carreira no Taekwondo durou bastante tempo, já que começou tão cedo. Nesse período, Bárbara conseguiu muitos resultados expressivos, apresentando um talento natural aliado ao preparo. “Fui atleta de alto rendimento de Taekwondo por 15 anos, desde os 7 até os 22. Cheguei a lutar pela seleção brasileira e fui campeã brasileira por 4 vezes”, conta. As conquistas aconteceram em 2013 (duas vezes), 2015 e 2017, na categoria juvenil e sub-21 (última), até 49 quilos.

Na modalidade, a jogadora chegou a representar a seleção brasileira

Hoje com 24 anos, a ex-atleta de Taekwondo conheceu o poker na época em que se dedicava a arte marcial. Foi através de um ex-namorado, que havia acabado de ingressar em um time: “ele tinha entrado em um time e eu ficava ali vendo jogar. Fui jogar pela primeira vez em um freerol e na segunda que joguei eu cravei. Logo de cara me apaixonei pelo jogo e ficava procurando como melhorar. Nessa época eu tinha um amigo do Taekwondo que estava se profissionalizando no poker, e ele me ensinou um pouco também”, lembra.

O amigo citado é Guilherme Dias, o “guialves27” do PokerStars. Após o apoio do colega, ela criou sua conta e ou a jogar baratinho. Mas o Taekwondo já tinha deixado um outro legado para a paranaense. Como era um esporte que exigia muito da parte física e os atletas sempre precisavam se pesar, Bárbara se interessou pela Nutrição, ingressando e se formando na faculdade. A jovem ou a trabalhar de nutricionista em uma academia quando deixou o Taekwondo, mas o poker a ajudava a completar sua renda.

LEIA MAIS: Tô na Área! Campeão de série, Henrique Miazaki usou um grave acidente para transformar sua carreira

Na época em que atuava como nutricionista, ela também participava de torneios ao vivo nos clubes de Londrina. E, nessa parte, o esporte proporcionou mais uma boa surpresa: “conheci o Jônatas em um dia 2 de um live e na época ele jogava pra um time. Começamos a sair e a gente sempre estudava juntos, ele compartilhava comigo o conhecimento que tinha”, revela. Hoje, o casal namora há três anos e moram juntos, ainda em Londrina, com ambos vivendo uma rotina voltada ao poker. E a união com o namorado também influenciou a pensar em novos caminhos.

“No fim de 2019 decidi que queria estudar mais a sério o poker, e decidi entrar pra CardRoom Poker Team. Grindava em média 3 vezes na semana e trabalhava também, porém o poker já estava se tornando mais importante”, afirma. Poucos meses depois, a COVID-19 apareceu para assustar o mundo e mudar os planos da maiorias das pessoas. Mas Bárbara usou a ocasião como incentivo: “quando entramos em isolamento ano ado, a academia que eu trabalhava fechou por três meses e fiquei sem receber. Eu precisava pagar o aluguel da sala que eu usava, então aproveitei pra estudar e volumar ao máximo”, conta a jogadora.

Bárbara e seu namorado, Jônatas

Os resultados começaram a aparecer e a paranaense conseguiu ar por essa fase tão crítica sem problemas financeiros. Isso foi o suficiente para acreditar que deveria se profissionalizar: “quando a academia reabriu, em julho de 2020, eu decidi ficar só jogando e parar de trabalhar como nutricionista. Desde então estou vivendo do poker. A CardRoom pra mim é um ótimo time, me dão todo o e de aulas, minha evolução é também mérito deles”, reconhece.

A mudança não foi bem aceitar pelos pais, que preferiam que a filha seguisse o caminho tradicional no qual já estava. Além da questão cultural do jogo em si, o fator de ser mulher pode ser um agravante, já que o mundo do poker é, inegavelmente, composto por maioria absoluta de homens: “talvez a questão de ser mulher em um ‘jogo de homens’ seja um fator a mais pro meu pai ainda não ter aceitado, mas eu não me arrependo nem me questiono de ter escolhido estar vivendo de poker”, garante.

Na CardRoom, Bárbara tem a companhia de outras sete jogadoras, que inclusive têm um grupo de estudos entre elas. Voltada para o poker online, ela não vê dificuldades nesse cenário: “agora no online não vejo como um problema, não recebo cantadas nas mesas online nem nada, e no meu time jogo de igual pra igual com todo mundo, tenho o mesmo tratamento dos outros jogadores e sou respeitada”, explica. No live, porém, algumas situações indesejadas já aconteceram.

A jogadora também dá a cara nos eventos ao vivo

“Nos torneios live era uma questão mais complicada, sempre tinha um ou outro que dava uma falinha maldosa, eu tinha que me preocupar com a roupa que eu ia jogar pra evitar olhares ou assédio”, diz. Além da infeliz atitude de alguns, ela acredita que algumas vezes acabava sendo subestimada em seu jogo: “tem também a questão que os homens acham que mulher não sabe jogar, então eles sempre me subestimavam. Acabavam tentando blefar toda hora, além de acharem que mulher nunca blefa. Nessa caso a gente precisa se adaptar pagando e blefando mais”, conta, até explicando algumas estratégias.

Além disso, ela consegue apontar algumas coisas que poderiam alterar essa situação “prejudicial” para as mulheres: “acredito que a falta de representatividade feminina no poker seja a grande questão. Não temos tantas jogadoras no field e também são poucas as regulares. Isso impede que novas mulheres que se interessam comecem a jogar. Além disso, alguns até questionam quando tem alguma em destaque, já ouvi comentários duvidando se mulheres famosas do meio do poker são realmente boas ou se ficaram conhecidas apenas por serem bonitas”, conclui.

Enquanto o cenário geral ainda precisa de evolução, a jogadora de Londrina tem em casa o apoio necessário com seu namorado, além do incentivo dos amigos e do irmão. Nos dias de grind, Bárbara ainda continua se exercitando, agora no Crossfit. Treinar de manhã, por exemplo, faz parte da sua rotina. Nas horas vagas, ela brinca com seu cachorro, Linc, é gosta de ver filmes e séries, já que a pandemia a impede de viajar.

Linc, o xodó da casa

E esperando um panorama mais igualitário no live num futuro próximo, a nutricionista também conta seus planos pessoais: “no poker me vejo subindo cada vez mais os limites que eu jogo, batendo o field até alcançar os high stakes. Tenho o sonho de ir pra Las Vegas jogar o WSOP. Fui pra lá na época do Taekwondo lutar um US Open, mas não sobrou dinheiro pra jogar. Quero ir dessa vez pra jogar e aproveitar a cidade e os cassinos”.

Consciente de tudo, a jogadora faz uma reflexão sobre si mesma: “ter crescido na vida de atleta me tornou uma pessoa extremamente competitiva e o poker traz a adrenalina bem parecida com a da luta, acredito que isso que me fez viciar nesse esporte. Eu sempre quero mais e odeio perder, sendo assim procuro me dedicar ao máximo pra evoluir”. E ela também mostra reconhecimento com as pessoas ao seu redor: “eu agradeço a todas as pessoas que acreditam em mim, meu namorado que me ajuda com os estudos e é meu parceiro de vida, meus amigos, minha família e a CardRoom que me dá todo o e”, finaliza.

Agora que você já conhece a campeã brasileira de Taekwondo Bárbara Akemi, pode ficar de olho nela nas mesas. Com a mentalidade de uma verdadeira lutadora, seu nome deve aparecer bastante nas manchetes nos próximos tempos.

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Jogadora ainda é formada em nutrição, mas paixão pelo poker falou mais alto

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Tô Na Área #72: Edson Cichacz compartilha sua trajetória de dedicação, foco e evolução nos MTTs hypers

Disciplina, foco e constância: os pilares da trajetória de Edson Cichacz

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Edson Cichacz
Edson Cichacz

Edson Cichacz encontrou no poker um caminho profissional que combina disciplina, estratégia e constância. Natural de Mallet, no Paraná, o jogador de 27 anos começou sua trajetória nos feltros de maneira despretensiosa, enquanto equilibrava os estudos e o trabalho. Hoje, com resultados expressivos em MTTs hypers, especialmente nos horários da manhã, Edson se consolidou como um dos grandes nomes da modalidade na GGPoker e na WPT.

Sua rotina rigorosa de grind e estudo revela um lado metódico que Edson carrega desde os tempos de faculdade de istração na Universidade Federal do Paraná. Inspirado por sua paixão por esportes e um espírito competitivo que sempre fez parte de sua vida, o jogador adaptou seus conhecimentos acadêmicos para construir uma carreira consistente nos torneios hypers, priorizando o ROI/hora e buscando sempre evolução contínua.

Nesta entrevista para o quadro ‘Tô Na Área’, Edson compartilha detalhes de sua trajetória, reflexões sobre a rotina disciplinada e como encontrou sua própria fórmula para ser lucrativo em um dos formatos mais desafiadores do poker online.

LEIA MAIS: Tô Na Área #71: De produtor de festas a destaque no poker, a trajetória ousada e inspiradora de Gabriel Reis

Confira a seguir a conversa completa com Edson Cichacz:

MP: Edson, para começar, conta pra gente: quem é você fora das mesas? Onde nasceu, quantos anos tem e como começou a sua trajetória no poker?

Edson: Sou o Edson, tenho 27 anos e sou natural de Mallet, uma cidade pequena no sul do Paraná. Sou formado em istração pela Universidade Federal do Paraná e, fora das mesas, sou uma pessoa bem introvertida e caseira. Gosto de rotina, de estar no meu espaço, e isso me ajuda muito no poker. Nunca tive problema em ficar focado por horas no meu ambiente de trabalho, e acredito que essa característica me dá vantagem num jogo que exige disciplina diária.

Tenho interesse por leitura, inteligência artificial e tecnologias emergentes — e o boa parte do meu tempo livre estudando esses temas. Talvez esse seja um bom resumo de quem sou fora das mesas.

MP: Em que momento o poker começou a fazer sentido como uma alternativa profissional para você?

Edson: Não teve um momento exato em que a chave virou. Eu vejo minha trajetória no poker como algo mais linear, uma construção constante. Talvez ainda durante aquela breve agem pelo time, eu tenha começado a enxergar que, se levasse a sério, poderia tirar uma grana legal com isso. E quando decidi seguir por conta própria, mesmo jogando limites baixos, eu já tentava encarar tudo de forma profissional, aplicando muitos dos princípios que aprendi na faculdade de istração.

Sempre busquei fields mais curtos, que me dessem uma consistência maior de rendimento, e isso me ajudava a ver o poker como algo sustentável. Aos poucos fui percebendo que, se continuasse nesse ritmo, o jogo poderia sim se tornar minha profissão. Em agosto de 2021, dei um o importante nessa direção: saí da casa dos meus pais, aluguei minha própria casa e criei o meu “playground”, como eu costumo chamar — o espaço onde eu jogo, estudo e levo a sério o que faço todos os dias.

Edson Cichackz

Edson Cichacz (Foto: arquivo pessoal de Edson)

MP: Recentemente, você destacou sua consistência nos MTTs hypers, principalmente nos horários da manhã. Como surgiu essa rotina de grind e qual a importância dela para os seus resultados?

Edson: Quando eu morava com meus pais, costumava jogar mais à tarde e à noite. Mas depois que me mudei para morar sozinho, senti a necessidade de criar uma rotina que realmente extraísse o máximo de mim. Foi aí que comecei a jogar de manhã. A grade desse período tem uma variedade maior de torneios hypers, o que foi um fator decisivo na escolha.

Essa decisão também teve base no que aprendi na faculdade. Em istração, é essencial escolher os KPIs certos para gerenciar qualquer atividade — e levei isso para minha carreira no poker. Enquanto muitos olham para o ROI como principal métrica, eu sempre preferi analisar o ROI/hora. Esse indicador, pra mim, representa melhor a eficiência de uma grade ou estilo de jogo.

MP: Você acha que algum aspecto da sua personalidade contribui para a resiliência e a consistência nos torneios?

Edson: Com certeza. Eu nunca fui o mais talentoso em nada que me propus a fazer, mas sempre tive um compromisso muito forte com dar o meu melhor. Desde cedo fui uma pessoa disciplinada, que trabalha em silêncio e se dedica ao máximo, mesmo sem alarde. Acho que essa disciplina é um dos pilares que sustentam minha rotina no poker hoje.

Nem sempre estou motivado para grindar, estudar ou cumprir outras tarefas do dia a dia, mas costumo repetir uma frase que me guia: “fazer o que tem que ser feito”. E é isso que me move nas horas difíceis.

Edson Cichakz

Edson Cichakz

MP: O gráfico no Sharkscope mostra um lucro de quase US$ 95 mil em hypers, com um ROI de 18,5%. Como é ver seu esforço sendo refletido nos números?

Edson: Ver esses números é muito gratificante. Como sou uma pessoa que não joga pelo big hit, mas sim pela constância, o gráfico é a melhor forma de analisar como realmente estamos indo. O ganho em si talvez nem seja o mais importante — muitas vezes, é o desenho do gráfico que importa: a constância, a disciplina sendo representada ali. Isso mostra que o processo que decidi seguir está funcionando, e isso é extremamente satisfatório.

MP: Quer deixar uma mensagem final para a galera que acompanha sua trajetória?

Edson: Quero agradecer do fundo do meu coração a todo mundo que sempre me apoiou, torceu e acreditou em mim. Essa caminhada no poker não é fácil, mas saber que tem gente torcendo por mim me dá forças para continuar.

Acho que o mais importante é ter consistência e acreditar no processo. O poker é uma maratona, não uma corrida de 100 metros. Você precisa trabalhar todos os dias, se manter firme e não se deixar abalar pelas variações. Então, para quem sonha viver disso, eu digo: seja consistente, se dedique e confie no seu trabalho.

A trajetória de Edson Leandro Cichacz é marcada por disciplina, foco e um profundo entendimento de que o sucesso no poker vem com constância e dedicação. Sua rotina rigorosa de grind, aliada ao desenvolvimento contínuo, fez dele um dos jogadores mais consistentes nos MTTs hypers.

Para quem deseja seguir esse caminho, Edson deixa um recado claro: a chave é fazer o que precisa ser feito, mesmo nos dias mais difíceis.

Confira o episódio #106 do Poker de Boteco com Andressa Lincoln:

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Tô Na Área!

Tô Na Área #71: De produtor de festas a destaque no poker, a trajetória ousada e inspiradora de Gabriel Reis

Gabriel revela como o poker mudou sua vida dentro e fora das mesas

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Gabriel Reis
Gabriel Reis

Antes de emplacar forras de seis dígitos, Gabriel Reis já era movido pela vontade de fazer acontecer. Quando muita gente ainda estava descobrindo como baixar música no computador, ele já negociava moedas de jogos online por dinheiro real. Ainda adolescente, organizava festas e mostrava talento natural para empreender, e hoje, é um dos nomes que mais chamam atenção no cenário do poker online.

Mas engana-se quem pensa que ele chegou onde está por acaso.

Desde que entrou para o Never Standard Poker Team, vem acumulando resultados expressivos. Entre eles, destaque para o vice-campeonato no US$ 525 KICKOFF Bounty Hunters HR com mais de 4.800 entradas e uma premiação na casa dos US$ 155 mil.

Além disso, Gabriel é conhecido pelo discurso firme, carregado de propósito. Ele vê o poker como instrumento de evolução e é justamente isso que torna sua jornada tão especial.

LEIA MAIS: Tô Na Área #70: De camelô à glória no Sunday Million — a trajetória inspiradora de Carlos Augusto

Nesta entrevista ao Mundo Poker, Gabriel abre o jogo sobre seu início curioso no poker, as batalhas nos bastidores, os momentos de glória e até o nascimento do segundo filho em pleno Day 2 de um torneio importante. Sem filtro, ele fala sobre propósito, rotina, família, planos e os aprendizados que o jogo traz todos os dias.

Confira a seguir a conversa completa com Gabriel Reis:

MP: Gabriel, pra começar: de onde você é e como você se apresentaria hoje, dentro e fora das mesas?

Gabriel: Moro em Itajaí, Santa Catarina, tenho 28 anos e jogo Poker desde 2015. Na época eram realizados torneios “freeroll” semanais no espaço onde minha família tinha restaurante, de cara despertou meu interesse e comecei a jogar. Depois desse primeiro contato nunca mais parei, em pouco tempo já estava organizando “home games” para apresentar o jogo a amigos, e alguns deles hoje dividem a mesma profissão.

MP: Como foi o seu caminho até chegar no poker?

Gabriel: Sempre fui movido por desafios. Ainda criança, trabalhava com um jogo online, onde negociava dinheiro real dentro da plataforma. Posteriormente, aos 13 anos, comecei a produzir eventos na minha cidade, organizando festas para a galera da minha idade. Depois disso, não parei mais: tive bar, restaurante, até encontrar o Poker, onde me encontrei, me sinto realizado e não tenho pretensão de sair.

MP: Como sua família e amigos reagiram quando você decidiu seguir no poker profissionalmente?

Gabriel: Meus pais sempre foram meu alicerce, apoiando todas as minhas decisões. Vi de perto, através de alguns amigos, o quanto a falta desse apoio pode atrasar o desenvolvimento em uma carreira. Sou imensamente grato à minha família por isso.

MP: Em quais aspectos o poker mais te transformou, tanto como pessoa quanto como profissional?

Gabriel: O Poker me ajudou a corrigir falhas de performance e a desenvolver autoconfiança. Além disso, aprimorou diversos aspectos da minha vida fora das mesas. O Poker transformou minha vida completamente.

MP: Uma curiosidade que me contaram é que seu filho nasceu justamente entre os dias 1 e 2 do Warm-Up do KSOP, e o seu stack ficou “pingando”. Pode compartilhar um pouco dessa história?

Gabriel: No dia anterior, joguei o satélite do HR de 25k, conquistei a vaga e a vendi para um amigo, Leonardo, que chegou ao heads-up comigo nesse satélite. Já pressentia algo e a ideia de ter que abandonar o torneio me levou a vender a vaga. Infelizmente, não segui minha intuição e joguei o Warm-Up, tendo um bom desempenho no primeiro dia. No entanto, minha esposa entrou em trabalho de parto às 11h da manhã do dia 2. A partir daquele momento, a prioridade foi total: a chegada do meu segundo filho. Amo o Poker, mas perder um momento tão único para nós não faria sentido algum.

Gabriel Reis e família

Gabriel Reis e família (Foto: arquivo pessoal de Gabriel)

MP: Você já ou por momentos de dúvida ou dificuldade na carreira? Teve alguma fase que te fez repensar tudo ou quase desistir?

Gabriel: A cada dia no Poker, aprendo lições valiosas que se aplicam à minha vida. Este esporte e minha família são meus maiores motivadores, e nunca considerei a possibilidade de parar.

MP: Desde outubro de 2024 você está no Never Standard Poker Team e já conquistou resultados incríveis. Como tem sido viver essa nova fase dentro do time?

Gabriel: Estou muito feliz em compartilhar este momento com meus backers, que sempre estiveram presentes e confiaram em mim durante toda esta jornada. É uma grande vantagem fazer parte de um time onde não somos vistos apenas como números.

MP: Em pouco tempo, você se destacou, cravou torneios importantes e recentemente ficou em segundo lugar no $525 KICKOFF Bounty Hunters HR, com uma premiação de mais de $155 mil. Como foi essa reta e o que esse resultado representa pra você?

Gabriel: Durante a reta final, estava muito feliz e me sentia realizado, independentemente do resultado. Acredito que essa leveza contribuiu para que o “Hit” acontecesse. Posteriormente, a primeira coisa que fiz foi acordar minha esposa. Nos abraçamos e nos emocionamos ao recordar todos os desafios que os bastidores dessa trajetória nos impam. Sinto uma profunda gratidão por tudo.

MP: Quais são seus planos e metas dentro do poker?

Gabriel: Minha meta é aprimorar meus conhecimentos e ser um adversário difícil de ser batido. Quero me destacar e sei que o caminho exigirá muito trabalho, pois há muitos jogadores talentosos, especialmente os brasileiros, trabalhando arduamente. Será um desafio constante nos próximos anos. Além disso, à frente da Dommo Poker Team, busco impulsionar o crescimento do time, consolidar a carreira dos jogadores que já fazem um belo trabalho e revelar novos talentos nesse esporte que cresce a cada dia.

MP: E pra encerrar: quer deixar uma mensagem pra galera que te acompanha ou pra comunidade do poker que torce por você?

Gabriel: Se ainda não der para ser exemplo pelo resultado, seja pelo esforço, dia após dia, uma hora esse jogo vira.

Muito além das cartas: Gabriel mostra que o jogo é sobre evolução constante

A jornada de Gabriel Reis é a prova de que talento, quando aliado a propósito e dedicação, pode transformar realidades. De um garoto curioso a grinder respeitado no cenário online, ele segue construindo sua história com os pés no chão e os olhos no próximo objetivo. Se o jogo é de longo prazo, como ele mesmo diz, o futuro promete capítulos ainda mais grandiosos — e a gente, claro, vai seguir de olho.

Confira o episódio #105 do Poker de Boteco com Murilo Milhomem:

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Tô Na Área #70: De camelô à glória no Sunday Million — a trajetória inspiradora de Carlos Augusto

Campeão do Sunday Million relembra as origens e projeta o futuro no poker

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Carlos Augusto
Carlos Augusto

O quadro Tô Na Área de entrevistas do Mundo Poker chega à 70ª edição com mais uma história inspiradora. O convidado da vez é Carlos Augusto, jogador profissional de 33 anos e integrante do Suits Poker Team, que recentemente conquistou o título do Sunday Million de Aniversário — um dos maiores torneios do poker online mundial.

Natural de Umuarama (PR), mas criado em Campo Grande (MS), Carlos tem uma trajetória marcada pela superação. Antes do poker, trabalhava como camelô com a mãe no camelódromo da cidade e chegou a iniciar o curso de fisioterapia na UFMS. Com o tempo, encontrou nas cartas uma nova vocação — e hoje vive exclusivamente do jogo, dividindo a rotina de grind com a função de coordenador de retas no Suits.

A trajetória no poker começou de forma despretensiosa, como acontece com muitos: jogando entre amigos e assistindo as reprises do World Poker Tour nas madrugadas. Mas foi ao cravar um Sit & Go que o jogo virou.

LEIA MAIS: Tô na Área #69: Hélvio Queiroz troca a estabilidade do mundo corporativo para se tornar jogador profissional de poker

Confira a entrevista completa com Carlos Augusto para o quadro Tô Na Área:

MP: Carlos, conta pra gente: quem é você fora das mesas? Onde nasceu, quantos anos tem, e o que fazia antes de ser jogador profissional de poker?

Carlos: “Bom, muito prazer! Meu nome é Carlos Augusto, tenho 33 anos, sou natural de Umuarama, no Paraná. Mas desde novo moro aqui em Mato Grosso do Sul, em Campo Grande, na capital.

Antes de conhecer o poker e enfim virar jogador profissional, eu era camelô. Trabalhava com minha mãe no camelódromo aqui da cidade, na feira central. A gente tinha uma banca de óculos.

Pouco antes de fazer essa transição pro mundo do poker, eu tinha iniciado a faculdade de fisioterapia na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul.”

MP: Como o poker entrou na sua vida?

Carlos: “O poker entrou na minha vida como entra na maioria das pessoas, né? Às vezes os amigos comentavam e aí a gente começou a jogar, a aprender a jogar com as fichinhas que a gente tinha, aquela maletinha de fichas.

Começamos a acompanhar também, lembro que na madrugada ava a reprise do World Poker Tour e a gente assistia. Pô, era muito legal! Tudo muito novo. E aquilo foi gerando um interesse cada vez maior. Aí a gente começou a jogar mais, se encontrava nos finais de semana pra jogar e dali veio o interesse de buscar mais informações. Foi aí que eu conheci os sites de poker, descobri que existia um mundo enorme por trás daquilo tudo que a gente não fazia ideia.”

MP: Você se lembra do seu primeiro resultado relevante que te fez pensar: “posso viver disso”?

Carlos: “Pra falar a verdade, o primeiro resultado relevante em si, que me fez até querer me aprofundar mais, foi uma cravada de um Sit & Go de US$ 2,50. Não era um valor significante, acho que eram US$ 125 ou algo do tipo, mas me abriu os olhos e eu vi o potencial que aquilo ali tinha, até para eu poder me especializar, enfim, virar um regular ali dessa modalidade de torneios.

Aquele momento me abriu os olhos e eu acho que foi ali que eu comecei a me profissionalizar mesmo. Eu vim do Sit & Go, multi tables e depois eu migrei ali pros torneios, mas eu acho que essa cravada, mesmo que pequena, eu lembro como se fosse hoje, eu estava na casa de um amigo meu, jogando no notebook, numa cadeira de madeira, daquelas de cozinha, com o notebook apoiado na cômoda do meu amigo, então com essa cravada eu pensei: “nossa, vamos lá, acho que a partir daqui a gente consegue fazer alguma coisa e se especializar nisso.”

Vida profissional no poker e atuação dentro do Suits Poker Team

MP: Hoje você vive exclusivamente do poker?

Carlos: “Sim! Hoje eu vivo exclusivamente do poker. Tenho uma função também dentro do meu time, o Suits Poker Team, onde trabalho com a parte de retas, cuidando dos torneios em que os jogadores podem jogar.

Sou responsável por colocar cada jogador nos seus devidos ABI (Average Buy-In/Buy-In Médio), planejar as retas e acompanhar a performance. Além disso, sou jogador profissional também. Já fazem alguns bons anos que eu vivo exclusivamente disso.”

MP: Você representa o Suits Poker Team. Como começou essa parceria com o time? Como é a rotina dentro da equipe?

Carlos:  “A parceria começou, se não me engano, em abril de 2022. Eu fazia parte de um time pequeno, com três ou quatro jogadores. Um amigo meu, o Roger, que era próximo do Saulo, sentia junto comigo que a gente estava meio estagnado por ser um time pequeno, e faltava alguma coisa, um ambiente melhor pra gente se desenvolver.

Foi aí que o Roger fez a ponte com o Saulo. A gente trocou uma ideia, teve uma reunião, e eles gostaram muito da gente. Acabamos sendo comprados pelo Suits Poker Team — e dali pra frente, foi só alegria. O ambiente era completamente novo pra mim. Nunca tinha jogado em um time grande, sempre estive em times menores. De repente, me vi num cenário estruturado, com aulas, cronograma, acompanhamento… tudo muito bem organizado. Ali eu percebi que era isso que um jogador de poker precisava para evoluir de verdade, para progredir profissionalmente.

Encontrei também um ambiente super acolhedor. A galera está sempre prestando e, você nunca se sente sozinho. E o Saulo, mesmo sendo o dono e tendo mais de 50, 60 jogadores no time, está sempre presente. Ele realmente acompanha todo mundo, participa, sabe quem é quem. Isso é um diferencial absurdo. Ter esse senso de pertencimento, essa conexão com o time, é algo que faz toda a diferença.”

O título do Sunday Million de Aniversário: um sonho realizado

MP: Agora vamos falar do momento histórico: como foi cravar o Sunday Million de Aniversário? Já caiu a ficha?

Carlos: “Sobre ser campeão de aniversário, não tem como dizer que não muda nada. Algumas coisas mudam, mas não muda o fato de que eu ainda tenho muito a melhorar, evoluir como jogador, né? Então, óbvio que é um feito, mas eu tenho muito trabalho pra fazer, muita coisa pra estudar, muito que melhorar. A ideia é seguir firme no trabalho que venho fazendo.

Continuar batendo o ABI que estou jogando, buscar o próximo o, me firmar em um ABI mais alto, matar esse novo ABI… E assim a gente vai subindo, de degrau em degrau.

Acho que ser campeão do Sunday Million não faz de mim o melhor jogador do mundo. É só um feito muito legal. Então, manter o pé no chão e continuar na mesma pegada. Esses últimos dias foram mais corridos por vários motivos, mas o trabalho segue. É voltar à rotina normal.

Talvez alguns projetos novos, como voltar a fazer lives, algo que já fiz alguns anos atrás. Quem sabe retomar meu canal… Enfim, tem ideias em mente, vamos ver se consigo colocar em prática. Vai ser bem legal!
Eu não tenho palavras pra descrever. De verdade. Confesso que, até agora, dias depois, ainda fico pensando: ‘Caramba, eu ganhei mesmo o Sunday Million de Aniversário. É uma loucura’.

É um sentimento indescritível. Nem nos meus melhores sonhos imaginaria que tudo aconteceria assim, tão perfeito. Foi um dia histórico! Têm sido dias marcantes demais. Quando lembro de toda a luta, dos momentos em que bati na trave, é impossível não me emocionar. Às vezes me pego pensando: ‘Fui eu mesmo que consegui?’. Foi surreal. Muito louca essa sensação. Só consigo agradecer e dizer: meu Deus, eu consegui mesmo.”

MP: Como foi a reação da sua família, amigos e do time com essa conquista?

Carlos: “Olha, esse foi um momento muito, muito especial. Eu fui campeão do torneio e, naquele instante, a gente está tão focado que nem tem noção do que está acontecendo. A ficha ainda não tinha caído… Até que fui dar uma olhada no Discord e vi que o time inteiro estava me assistindo em um canal por lá. Entrei pra comemorar com eles, comecei a ouvir as mensagens, o pessoal parabenizando, vibrando… E aí sim começou a cair a ficha. Foi um momento muito emocionante, eu comecei a chorar demais.

A primeira coisa que quis fazer foi ligar pra minha mãe. Fiz uma chamada de vídeo com ela — só que eu estava de fone e não escutava nada. Tirei o fone do ouvido, o microfone ficou aberto, e eu chorando… Coitada, achou até que tinha acontecido alguma coisa. E eu falando: ‘Mãe, eu consegui! Mãe, eu ganhei! Eu fui campeão!’. Eu estava chorando muito e ela também começou a chorar junto comigo, de felicidade.

Minha mãe é uma pessoa que ora por mim todos os dias. Sempre torceu por mim. Era um sonho poder compartilhar esse momento com ela, em vida. Foi mágico. De verdade, muito especial.

E o mais bonito é que não foi só ela. Muita gente se emocionou. Tinha várias pessoas no Discord chorando comigo. Foi um momento mágico, de verdade. Acho que realizei o sonho de muita gente. E, principalmente, o meu. Foi surreal. Um sentimento bom demais. Inesquecível.”

MP: Quais são os seus objetivos no poker atualmente?

Carlos: “Quero deixar claro que o trabalho não parou. Não me aposentei, viu? Ainda tenho muita coisa pra conquistar! Tem o SCOOP, o WCOOP… Quero buscar novos feitos, novas metas.

Quero pedir pra galera ficar atenta, porque vem um projeto novo por aí. Tem desafio chegando, talvez algo na Twitch ou em alguma outra plataforma. Tive algumas ideias bem legais!

E, claro, conto com o apoio de vocês. Conto com a presença de todo mundo que me acompanha. Quero muito poder retribuir todo o carinho que recebi. Se eu puder agregar de alguma forma pra quem me segue, já fico feliz demais.”

MP: Qual conselho você daria para quem está começando no poker agora?

Carlos: “Um conselho que eu daria — ou melhor, vários: se prepare. Não é um caminho fácil, então não cai nessa lábia de que tudo é lindo e que é só dinheiro fácil.

As coisas não acontecem de forma rápida. A gente torce pra que aconteça, claro, mas na maioria das vezes demora. O poker é um jogo de longo prazo. E, muitas vezes, o melhor jogador não vai ganhar o torneio — isso é algo importante de entender.

Então, estude. Estude muito. Comece pela teoria. Entenda como o jogo funciona, como as decisões são tomadas, o porquê de cada jogada. A teoria é a base. Todo jogador precisa estudar o máximo possível, e aí sim aplicar os desvios conforme o field e o metagame.

Ah, e uma dica que todo mundo fala — mas vale reforçar: sempre que possível, guarde um dinheiro. Você pode ar por períodos longos sem ver grana entrando, mesmo sendo um bom jogador. A variância do jogo é cruel e, se você não estiver bem financeiramente, isso pode afetar diretamente o seu desempenho. O psicológico pesa no ROI, se preparar tecnicamente e mentalmente é fundamental!

Então, estude muito, encontre a motivação por trás do que está fazendo. Esteja cercado de pessoas que te incentivam, que querem crescer junto com você. O ambiente faz muita diferença. Fique perto de quem te puxa pra cima — isso conta demais pro seu desenvolvimento.

E, acima de tudo: confia. Confia no seu processo, no que você está construindo. Pode até parecer papo de coach, mas é real. Se você tiver um plano, estudar, trabalhar duro e tiver fé — vai acontecer. Deus sempre reserva o melhor pra quem segue firme, de cabeça erguida. Cada dia é uma nova oportunidade.”

MP: Quer deixar uma mensagem final para a galera que acompanha sua trajetória?

Carlos: “Ah, eu só queria agradecer, do fundo do meu coração, a todo mundo que estava ali torcendo por mim, mandando boas energias. Tenho certeza que isso foi essencial para que tudo acontecesse da forma como aconteceu.

As coisas deram certo, eu busquei dar o meu melhor, então fico muito feliz e muito grato por cada mensagem recebida, por cada torcida, por cada vibração positiva. Isso é uma das coisas mais gostosas que existem. Conseguir ser campeão desse torneio… putz, é bom demais!

Estou muito, muito grato por todo mundo. Pelo e do time Suits, do meu grupo de estudos… E olha, não vou citar nomes porque não quero cometer a injustiça de esquecer alguém.

Então, a todos que estiveram comigo desde o início — desde quando comecei no poker — meus instrutores, quem já foi meu backer, meus colegas de time (os antigos e os atuais), e os amigos que fiz ao longo dessa trajetória… minha gratidão é imensa.

Obrigado a todo mundo que acreditou em mim de alguma forma, que foi meu parceiro de trincheira em algum momento. Foi tudo muito mágico. E quem torceu por mim tornou esse momento ainda mais especial. Muito obrigado, de verdade.”

Confira o episódio #103 do Poker de Boteco com Ricardo Copag:

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